A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Lisboa em revolução, 1383-1974
José Avelar/ Museu de LisboaLisboa em revolução, 1383-1974

Exposições em Lisboa a não perder em Junho

O Museu de Lisboa tem nova exposição, que é de ir ver já: "Lisboa em revolução, 1383-1974". Há ainda "Siza" na Gulbenkian e o "Atelier" de Cabrita Reis.

Escrito por
Helena Galvão Soares
Escrito por
Mauro Gonçalves
e
Raquel Dias da Silva
Publicidade

O Museu de Lisboa tem uma nova exposição, "Lisboa em revolução, 1383-1974", que celebra a liberdade e se foca em seis períodos de tensão – 1383-85, 1640, 1820, 1836, 1910 e 1974. Inauguradas a semana passada, e ainda a cheirar a fresco, duas exposições muito aguardadas: "Siza", uma extensa exposição sobre o homem e a obra, na Gulbenkian, e "Atelier", oito pavilhões da Mitra com uma retrospectiva da Pedro Cabrita Reis – são 1500 peças, com obras desde a juventude até hoje. No Teatro Romano, um dois em um: "Dez histórias de liberdade: de escravo a liberto" e "Irisalva Moita – Fotografias de viagem", que celebra o centenário desta arqueóloga que escavou o teatro romano nos anos 60 e fundou o Museu de Lisboa.

Recomendado: Exposições em Lisboa para visitar este fim-de-semana

Exposições a não perder em Junho

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

O Museu de Lisboa começou a preparar a sua exposição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril em 2022 e o resultado pode ser visto no Pavilhão Preto a partir de 25 de Maio. “Lisboa em revolução 1383 – 1974. 6 momentos que mudaram a nossa história. 1383, 1640, 1820, 1836, 1910, 1974” é comissariada por Daniel Alves, do Departamento de História e Instituto de História Contemporânea da Nova-FCSH, e tem projecto expositivo de António Viana (espere rigor, beleza e surpresa).

Além de ecrãs em que é feito um enquadramento histórico de cada um dos seis momentos revolucionários, vai encontrar expostos objectos extraordinários (como a reconstituição de um telégrafo visual e uma montagem do levantamento da planta de Lisboa de 1904-11, que junta as 249 plantas que o compõem e que cobre toda a parede que abre a exposição, apesar de estar em escala reduzida), e objectos nunca antes vistos, como o mapa de Portugal com o planeamento da operação militar do 25 de Abril, cedido por um dos capitães do Conselho da Revolução. A título de curiosidade, há ainda um hilariante quadro que visto de um ângulo é um retrato de D. Miguel e de outro a cabeça de um burro.

Inauguração sábado 25 de Maio, entrada livre. Pavilhão Preto, Palácio Pimenta, Museu de Lisboa, Campo Grande, 245. 26 Mai-05 Jan. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo)

  • Arte
  • São Sebastião

"Siza", no Museu Calouste Gulbenkian, debruça-se sobre a obra, mas sobretudo sobre o génio de Álvaro Siza Vieira. A exposição está marcada por uma humanização sem precedentes daquele que foi o primeiro Pritzker português. A partir dos seus cadernos, item essencial para um desenhador compulsivo, a dupla de curadores – o galego Carlos Quintáns assistido por Zaida García-Requejo – revisitou a obra feita, mas sobretudo a obra imaginada e esboçada, os fascínios e adorações, os laivos de humor e de tédio. A mostra reúne elementos dos principais arquivos do arquitecto português, como é o caso do Canadian Centre for Architecture, em Montreal, da Fundação de Serralves, da Biblioteca de Arte da Fundação Gulbenkian, da britânica Drawing Matter e do próprio atelier de Siza Vieira, mas também de pequenas colecções particulares ou de instituições internacionais como o MoMA ou o Pompidou.

Museu Calouste Gulbenkian. Até 26 Ago. Qua-Dom 10.00-18.00. 10€ (gratuito aos domingos, após as 14.00)

Publicidade
  • Arte

Um dos maiores artistas plásticos portugueses, Pedro Cabrita Reis, pega em cerca de 1500 peças do seu atelier e transporta-as para oito pavilhões. Na Mitra, inaugura-se assim "Atelier", uma mostra que resgata do ambiente de oficina, com toda a sua beleza e caos, aquilo que tem sido a produção artística de Cabrita nos últimos 50 anos, do desenho à escultura.

Pavilhões da Mitra. Rua do Açúcar, 56 (Marvila). 19 Mai-28 Jul, Qui-Dom 14.00-18.00. Entrada livre

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Santa Maria Maior

No ano em que se comemoram 50 anos de 25 de Abril e, consequentemente, 50 anos de liberdade, o Museu de Lisboa | Teatro Romano apresenta "Dez histórias de liberdade – de escravo a liberto em época romana", com dez histórias de escravos libertos. Na exposição esclarece-se que a escravatura da época era muito diferente da de períodos posteriores, pelo que o mais correcto é chamar-lhe servidão.

Um escravo podia fazer trabalho remunerado e assim comprar a sua liberdade, passando a ser um liberto. Como liberto estavam-lhe vedados alguns cargos públicos, mas podia ter propriedade, enriquecer e ter até vários escravos. Na direcção oposta, um homem livre podia tornar-se escravo, por ter dívidas incomportáveis, que não conseguia saldar. Vendia-se a si próprio. Crianças abandonadas eram também tornadas escravas.

As histórias escolhidas são bastante curiosas. Há um escravo médico, um liberto que é sacerdote imperial, uma actriz, um marmorista, um escravo conselheiro do imperador Cláudio, outro secretário de Cícero, uma escrava propriedade de outro escravo...

Museu de Lisboa | Teatro Romano. Até 8 Set. 10.00-18.00. 3€

Publicidade
  • Arte
  • Lisboa

O conjunto de peças de porcelana, de várias dimensões, a que chamou Pazar, foi criado pelo artista e dissidente chinês em 2017, e exposto no mesmo ano no Sakıp Sabancı Müzesi, em Istambul. Inspirado pelos mercados turcos, este trabalho insere-se na tradição chinesa de replicar formas e objectos orgânicos em porcelana, e é apenas uma das várias criações de Ai Weiwei neste suporte que vão estar expostas na galeria São Roque too de segunda a sábado, até 31 de Julho. “Paradigm” é mais modesta e focada do que a exposição retrospectiva “Rapture”, que ocupou a Cordoaria Nacional durante aproximadamente cinco meses, em 2021. Ao invés de 80 obras, inclui apenas 17, divididas por quatro salas e dois andares e sempre nos mesmos dois materiais: porcelana e peças de LEGO, acompanhando só uma parte da sua produção nos últimos 15 anos.

São Roque too. Rua de São Bento, 269. Até 31.07. Seg-Sáb 10.30-19.00. Entrada livre

  • Arte
  • Grande Lisboa

A plataforma Underdogs e a Câmara Municipal de Almada inauguram “Portais do Tempo” a 13 de Abril, nos antigos estaleiros da Lisnave. Com curadoria de Pauline Foessel, a exposição colectiva, que integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, reúne obras de Ana Malta, Fidel Évora, Inês Teles, Márcio Carvalho, Pedro Gramaxo, Petra.Preta e Raquel Belli, artistas que não viveram o 25 de Abril de 1974, mas foram convidados a dialogar com os trabalhos de Alfredo Cunha, autor das famosas séries fotográficas dedicadas à revolução dos cravos e à descolonização portuguesa. Cada uma das peças criadas, compostas por lonas de escala monumental (7x12 metros), procura oferecer “uma leitura nova e pessoal” dos acontecimentos vividos pelo fotógrafo, da revolução e do seu significado nos dias de hoje.

Publicidade
  • Arte
  • Belém

O trabalho de Nicolas Floc’h (n. 1970) mobiliza as potencialidades da fotografia subaquática na descoberta de novos imaginários artísticos, que nos remetem para a natureza, a biodiversidade e os fenómenos ecológicos. Com curadoria de João Pinharanda, esta exposição resulta de uma residência de dez dias no Estuário do Tejo, entre o Bugio e a Castanheira do Alentejo, que Floc’h fez no Verão de 2022, a convite do MAAT, e durante a qual teve oportunidade de explorar várias paisagens e ecossistemas submarinos.

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

Logo após o 25 de Abril as paredes começaram a cobrir-se de pichagens, murais e cartazes. A Biblioteca Nacional guarda nos seus Serviços de Iconografia uma grande colecção de cartazes deste período que quis mostrar ao público nestes 50 anos do 25 de Abril. A exposição resultante dessa vontade, A Revolução em Marcha: Os cartazes do PREC, 1974-1975, foi comissariada por Paulo Catrica, fotógrafo e investigador do Instituto de História Contemporânea, que seleccionou 92 cartazes de entre as centenas existentes. Os originais foram replicados e colados num mural de 16 metros de comprimento sob instruções do comissário (veja a lista completa de cartazes aqui).

“A produção e a colagem massiva de cartazes, em particular nos anos de 1974 e 1975, foram o instrumento preferencial de afirmação e consolidação dos novos protagonistas políticos e sociais, partidos políticos, sindicatos, comissões de moradores e de trabalhadores, associações cívicas e de dinamização cultural, etc.”, explica o comissário na folha de sala, onde cita ainda um dos pioneiros da poesia visual, E. M. de Melo e Castro, num artigo da Colóquio Artes de 1977: "Assim, Portugal se transformou num enorme Poema visual, que todos os dias, durante dois anos, se transformou, porque todos podiam escrever e escreviam: porque todos sabiam ler e liam".

Biblioteca Nacional de Portugal (Entrecampos). Seg-Sex 09.30-19.30, Sáb 09.30-17.30. Até 21 de Setembro. Entrada livre

Publicidade
  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Oeiras

A Censura Prévia, que com Marcello Caetano se eufemiza para Exame Prévio, foi uma das principais medidas, a par da mais robusta acção da polícia política, para reprimir a divulgação de opiniões políticas contrárias ao regime ou a expressão de posições incómodas no plano dos costumes. “Só existe aquilo que o público sabe que existe”, frase de Salazar, resume bem a estratégia da Censura.

“O material aqui exposto olha para um aspecto especial da censura em Portugal, o aspecto da defesa da autoridade e da ordem estabelecida, o respeito”, descreveu, na inauguração da exposição, José Pacheco Pereira, ele próprio autor de dois livros que foram censurados e mandados para a PIDE durante a ditadura. Nesta exposição do Palácio do Egipto, em Oeiras, há sobretudo livros e textos de jornais censurados, acompanhados dos despachos da Censura que descrevem as razões da proibição, que actualmente muitas vezes nos parecerão insólitos.

Destaque também para o design da exposição. Citando o site da Ephemera, "instalação ímpar de Carlos Guerreiro. Perdem muito se não forem lá".

Palácio do Egipto. Rua Álvaro António dos Santos, 10. Ter-Sáb 11.00-17.00. Até 28 Dez. Entrada livre

  • Arte
  • Belém

Com curadoria de Chloé Siganos e Jean-Max Colard, “Evidence” é uma instalação sensorial sonora, uma ode a um mundo sem fronteiras, um reflexo contemporâneo do infinito e do universal. A exposição parte de “Perfect Vision”, um álbum triplo produzido entre 2017 e 2020 pelo Soundwalk Collective e a artista Patti Smith, que retrata a jornada de três poetas franceses que exploraram a transcendência em três territórios geográficos distintos. Arthur Rimbaud na Abissínia, Antonin Artaud na Sierra Tarahumara, no México, e René Daumal, que se dirigiu à fonte do Bhagavad Gita, na sagrada terra da Índia, em busca do Monte Análogo. No âmbito desta exposição, vai ser apresentado – no dia 23 de Março, às 19.00 – o projecto musical colaborativo Correspondences, interpretado por Stephan Crasneanscki e Simone Merli do Soundwalk Collective, Patti Smith e Diego Espinosa Cruz Gonzalez.

Publicidade
  • Arte
  • Santa Maria Maior

No Museu do Aljube, esta exposição convida a reflectir sobre o que se conquistou nos 50 anos que sucederam a Revolução dos Cravos. Daqui surgem as questões: Estamos a usufruir e a defender os nossos direitos? Surgiram novos? Perderam-se outros? O que está por conquistar?. A curadoria é de Rita Rato. 

Museu do Aljube. 4 Abr-31 Jan 2025. Ter-Dom 10.00-18.00. 1,50€-3€ 

 

  • Arte
  • Fotografia
  • Grande Lisboa

A apresentação do livro 25 de abril de 1974, Quinta-feira, do fotojornalista Alfredo Cunha, e a exposição homónima, na Galeria Municipal Artur Bual até ao próximo dia 23 de Junho, são as primeiras iniciativas do programa de celebração dos 50 anos do 25 de Abril no Município da Amadora, que se orgulha de ser o primeiro criado pós-25 de abril. Com entrada gratuita, inclui composição narrativa visual e cronológica de originais fotográficos em filme, com a sonorização musical do compositor Rodrigo Leão.

Publicidade
  • Coisas para fazer

Viajar pelo design de embalagens da companhia Abel Pereira da Fonseca é atravessar todo o século XX. É este o percurso proposto nesta mostra que vai ocupar as antigas cubas de vinho e o atelier da tetraneta de Abel Pereira da Fonseca, naquilo que é hoje o centro cultural e de comércio, 8 Marvila. Ao longo de 100 peças, o visitante conhece uma Lisboa que já não existe, variando da aguardente ao vinho de mesa.

Arte em Lisboa

  • Arte

São 56 as estações de toda a rede do Metropolitano de Lisboa. E todas, mas mesmo todas, são verdadeiras galerias de arte urbana, não a céu aberto, mas debaixo de terra. Artistas consagrados da nossa praça deixaram o seu cunho na história dos transportes públicos alfacinhas e, embora seja uma tarefa difícil, escolhemos sete estações que merecem um olhar especial.

  • Arte
  • Arte urbana

Vhils, Bordalo II, Aka Corleone, Smile, ±MaisMenos±, Tamara Alves ou Mário Belém são alguns dos nomes mais sonantes neste roteiro de arte urbana em Lisboa. A eles juntam-se artistas de todo o mundo, que escolhem Lisboa para servir de tela aos mais variados estilos e mensagens. Se por um lado Lisboa está em guerra com taggers com pouco talento para a coisa – e que fazem questão de espalhar assinaturas por tudo quanto é sítio –, por outro a cidade é cada vez mais um museu a céu aberto de belíssimas obras de arte urbana. Embarque connosco num passeio alternativo pela cidade.

Recomendado: Estes campos de basquetebol em Lisboa são autênticas obras de arte

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade